domingo, 23 de janeiro de 2011

Não me contive:

Pois esse é apenas um aviso prévio as meus leitores, POSTEI um novo capitilo, e como postei os dois em umm dia só vou advertir, postei antes o VI, agora ACABEI DE POSTAR O VII, SE VC NAO LEU O VI NAO LEIA O VII : D

Capítulo VII


          Voltei para meu quarto, ignorei se Stephan me seguira ou não. Deite-me na cama e chorei como fazia quando era uma criança. Percebi que Stephan entrara no quarto alguns minutos depois. Ele apenas sentou ao meu lado e exibiu um rosto que eu sabia que compartilhava o mesmo que eu sentia, mas não entendia o porquê, afinal não era o seu irmão que iria partir em rumo incerto em dois dias. Ele não tinha o direito de sentir o mesmo que eu sentia, nem ao menos fingir sentir o que eu sentia. Eu estava enfurecido com Stephan, sem motivo aparente. Essa seria apenas minha válvula de escape. Levantei-me da cama e juntei minha raiva e frustração num ato que o fez tombar na parede. Preparei-me para empurrá-lo novamente, porém, Stephan era mais forte que eu e segurara meus braços. Deixei os braços caírem pesados sobre meu corpo e apoiei minha testa sobre a parede. Ele encostou em meu ombro amigavelmente e sentou-se na cama.  Concentrei-me para que a raiva se esvaísse.
           Despi-me e vesti meus pijamas, apaguei as luzes e foquei-me para dormir. No entanto, os pensamentos da partida de Oliver povoavam minha mente, assim como as suposições de para onde meu irmão iria. Acabei por cochilar certa hora. Acordei de algum pesadelo esquecido e percebi que Stephan não estava ao meu lado. Levantei-me da cama e fui ao banheiro procurá-lo. A porta estava aberta, não havia ninguém lá. Sai do quarto, então, temendo que meu amigo também partira- provavelmente preocupação proveniente do pesadelo e das aflições que haviam se sucedido há pouco-. Parei no corredor, e me dirigi em direção à escadaria, porém, meus passos foram interrompidos ao som da voz de Stephan. Segui a origem do som, vinha do quarto de Oliver. Instintivamente aproximei minha cabeça para tentar ouvir melhor a conversa dos dois, que, todavia, cochichavam. O baixo volume da conversa me impedia de escutá-la integralmente, porém, consegui distinguir palavras como “sozinho”, “longe” e “difícil”, o que deixou minha mente mais nervosa, perturbada por suposições de lugares em que meu irmão estaria longe e sozinho. Senti que os dois se aproximavam da porta, ouvi um lento baque na parede, e me apressei para o quarto.
               Poucos minutos depois Stephan aparecera no quarto. Senti que me mirava conferindo se eu dormira- ato que fingi teatralmente-. Ouvi, então, uma respiração mais ofegante e frenética, mas, ainda assim, discreta, vinda de Stephan, que parecia conter um desespero inquieto.
           A manhã chegara, e com ela, o aniversário de Oliver. Minha mãe havia preparado um almoço especial com os mais diversos pratos. Stephan e eu nos preparávamos para a festividade em meu quarto. Apesar de aparentemente esquecida, a conversa de ontem à noite ainda pulsava e minha mente e me fazia lembrar que nesse dia estaria mais perto da partida de Oliver- pensamentos que cria que também atormentavam meu irmão e meu amigo.
Descemos as escadas e a casa estava muito arrumada. Alguns amigos de Oliver vieram visitá-lo e parabenizá-lo.  Sentamo-nos todos à mesa e conversamos o mais amigavelmente possível. Além da família e de Stephan, mais três meninos completavam a mesa. Um chamava atenção por cabelos escuros ondulados e olhos azuis, o de sua esquerda possuía olhos e cabelos claros. No entanto, o da direita não prendia atenção devido a seus olhos ou seus cabelos, mas sim de seu traje. O rapaz, o mais velho dos três, ostentava uma farda verde escuro. Percebi que tanto meu irmão quanto Stephan sentiam-se desconfortáveis com a presença do soldado e entendi então que talvez aquele rapaz teria alguma relação com a partida de meu irmão. Todavia, só percebi de fato o que acontecia quando minha mãe perguntou ao soldado sua idade:
- Fiz 18 anos semana passada senhora- respondeu ele- porém fico pouco aqui, logo seremos enviados às bases- disse ele com orgulho.
         Meu pai sorriu e olhou para Oliver, ele estremeceu. Eu estremeci, pois finalmente havia entendido.

Não me contive:

Pois esse é apenas um aviso prévio as meus leitores, postarei um novo capitilo, e como postei os dois em umm dia só vou advertir, acabei de postar o capitulo VI e agora postarei o VII, SE VC NAO LEU O VI NAO LEIA O VII : D

sábado, 22 de janeiro de 2011

Capítulo VI


                      A tradução integral da carta não pôde ser feita. Tratava-se de uma estrutura complexa de uma língua que não conhecíamos. Falava-se pouco o francês na região atualmente, menos do que o normal, o que lembrava-nos até as antigas épocas de guerra contra a França. Stephan e eu obtivemos  apenas uma tradução tosca do pedaço de papel, mas o bastante para me deixar tão confuso quanto a língua em  que a carta estava  escrita.  Subiu-me um desespero junto com o sentimento de confusão. A carta dizia que não só poderíamos nos encontrar às escondidas se quiséssemos, mas que deveríamos ter extremo cuidado, pois tratava-se de algo proibido, não só para ela como para mim, e que corríamos grandes riscos. Pois ora, como poderíamos correr riscos tamanhos? Éramos apenas adolescentes que estavam no inicio da fase do amor. Além disso, como ela poderia saber o que era perigoso para mim, não conhecia meus pais, nem meu irmão. Soquei a mesa com frustração, apesar de ter conseguido decifrar o misterioso pedaço de papel, ainda não entendia o que acontecia. Voltei para casa e Oliver me seguiu para uma visita. Batemos a porta mas não foi Oliver que abriu, como era de costume recentemente. Minha mãe tinha cabelos louros e ondulados, somados com olhos verdes e pele branca com algumas sardas. Era também muito magra, porém, anda mantinha sua graça angelical mesmo com as feições preocupadas de sempre. Entramos e dirigimo-nos para meu quarto. Meu pai também estava de volta, e, assim como ele, suas discussões com Oliver também. Agora conversavam no quarto ao lado do meu, e era possível ouvir certos trechos, quando ora meu pai, ora meu irmão, levantavam a voz em tons mais graves e mais agudos respectivamente.
              Senti-me um tanto envergonhado por Stephan ter que participar, mesmo que passivamente, daquela situação. Por horas ouvia-se meu pai chamando Oliver de fraco, e covarde, enquanto o mesmo o suplicava e dizia que sabia seu destino. Meu pai replicava dizendo que seria uma honra e que era um fardo que            Oliver deveria carregar, assim como ele o fizera. Meu irmão então se tornara mudo, talvez amedrontado pelo discurso de meu pai, ele se tornara distante e vazio, nem as preocupações de outrora o abatiam as faces, parecia estar certo de um destino desagradável. Pois eu não sabia o que lhe afligia, no dia seguinte Oliver estaria completando a maior idade, assim, poderia ter carros e outras tantas coisas que só os jovens de maior idade poderiam ter. Stephan pareceu perturbado com a situação toda, e podia-se notar, também, um tanto de tristeza misturada com preocupação em seu rosto. As mesmas feições que Oliver ostentava até o dia anterior, como se temesse por meu irmão. Em uma voz baixa, então, ele disse que deveríamos ver como estava Oliver após o jantar e conversar com ele. Não sabia qual era o intuito de Stephan ao me propor tal sugestão  mas não discordei, meu irmão parecia realmente atordoado e cria que mostra-lhe um pouco de afeto não lhe faria mal.
                 O jantar que se sucedeu foi quieto e tenso. As únicas palavras proferidas vinham de minha mãe, de mim, ou de Stephan, que às vezes falava timidamente comigo intimidado pela confusão que antecedera. No decorrer do jantar percebi que o sentimento de tristeza de Stephan perdurara, e que, às vezes, discretamente, este olhava para meu irmão com feições que eu entendia como pena. Após o jantar subimos então para meu quarto, mas Stephan pareceu inquieto. Sugeri então que agora era uma boa hora para irmos conversar com meu irmão. Bati três vezes na porta de Oliver como ele havia me ensinado quando éramos pequenos. Ele abriu lentamente a porta com um ar sombrio que englobava raiva e derrota. Arregalei meus olhos, visto a tamanha surpresa que tive ao entrarmos em seu quarto. Na peça que costumava ser sempre organizada por meu irmão, agora se viam centenas de folhas espalhadas pelo chão, rasgadas, roupas ,e, no centro do quarto, o livro vermelho. O objeto estava atirado ao chão e suas páginas também estavam rasgadas. Percebi então que a situação era mais grave do que eu havia imaginado. Ajoelhei-me para juntar o livro do chão e virá-lo para que pudesse ler seu título, porém, Oliver foi mais rápido e pegou-o. Percebi que não havia sido uma boa idéia conversar com Oliver naquela hora, pois, ninguém de nós três sabia o que falar. Stephan, assim como eu, agora olhava assustado para Oliver. Fui me afastando lentamente até me aproximar da porta, porém, Oliver me impediu.
-Thomas...
             Olhei para meu irmão, mas ele apenas se aproximou e me abraçou o mais forte que pôde. Abriu então o braço direito e também abraçou Stephan que pareceu um tanto envergonhado da atitude repentina de meu irmão. Ao retirar os braços de nosso redor, Oliver olhou para mim e me deu um cascudo, como fazia quando éramos pequenos.
- Você sabe que eu te amo muito não é irmãozinho?- A voz de Oliver parecia embriagada de uma emoção incomum. Acenei com a cabeça em sinal positivo e ele continuou virando-se para Stephan- Você moleque, cuide bem do meu irmãozinho enquanto eu estiver fora, viu?
Oliver deu tapinhas amistosos nos ombros de Oliver, que corou e pareceu surpreso com a frase de meu irmão. Fui tomado de uma preocupação inevitável que me deixara extremamente nervoso. Não entendia o que Oliver havia dito, nem para onde ia, nem quando iria se ausentar. Percebi que as preocupações que sofria eram devido a tal futura ausência, e que, essas preocupações, agora, haviam me afetado também. Perguntei, então, aonde Oliver ia. Ele não me respondeu, apenas mascarou um sorriso para desviar minha preocupação. Me encostei na parede do quarto. Stephan parecia tão preocupado quanto eu e agora apertava os olhos e a boca como tentasse controlar o nervosismo ou alguma outra emoção proveniente de tal situação.
-Quando Oliver?
- Após amanha...