sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Capítulo V

               A ortografia era completamente diferente da ortografia que comumente usava-se. Tratava-se  de freqüentes riscos sobre os “Es” e diversas palavras terminando com três vogais e x. Eu não fazia a mínina idéia do que estava escrito na carta, nem o porquê de estar escrita tão diferentemente de minha carta original. Reli o mesmo pedacinho de papel três vezes enquanto caminhava pela rua. Cheguei à triste conclusão de que precisaria de ajuda para decifrar o que continha naquela carta, e pensei em convocar Stephan para me ajudar nessa tarefa. Caminhei até a casa verde claro e vi os cabelos ruivos da mãe de meu amigo me mirando de costas na cozinha. Passei pelo pequeno jardim e bati à porta, vi sua silhueta se mexer até chegar a soleira e abrir delicadamente a porta para mim. Perguntei-lhe se Stephan estava, ela acenou positivamente a cabeça e indicou-me o caminho. O menino de sentado no sofá tinha cabelos castanhos claro, que coincidentemente combinava com a cor de seus olhos, era também muito magro e alto o que lhe deixava com ares de mais velho. Ele percebeu minha presença e pareceu surpreso- nunca havia visitado sua casa antes-. Sentei-me ao sofá cor de musgo e expliquei-lhe o que havia se passado. Stephan ficara tão curioso quanto eu sobre a carta e resolvemos, então, ir até a biblioteca nacional. O antigo prédio não ficava há muitas quadras dali e, no caminho até lá tive o pensamento de, além de procurar sobre o significado da carta, procurar um exemplar do livro de capa vermelha que meu irmão sempre carregava, afinal, a biblioteca nacional continha uma coleção de livros magníficas, não contando com raras exceções como livros insinuantes, livros de magia negra ou outros livros proibidos pelo governo.
                A entrada da biblioteca era composta por quatro vigas enormes que sustentavam uma projeção que continha os escritos indicando a função da antiga construção.  Entramos então no gigantesco complexo e perguntamos a para a recepcionista onde era a seção de livros estrangeiros.  A bibliotecária de meia idade pasmou e arregalou os olhos como se a inteira seção de livros estrangeiros estivesse proibida, até que então ela recuperou o fôlego e falou em uma voz baixa:
- A seção  de livros estrangeiros fica na parte 28- disse a mulher apontando para o mapa da biblioteca que ficava acima de sua cabeça.
                A seção parecia longe, mas eu estava determinado a saber o que estava escrito na carta, e, além disso, agora me afetava uma curiosidade em saber o que havia de errado com a seção 28. De acordo com Stephan, há algum tempo atrás a seção de livros estrangeiros tratava-se de uma das primeiras da biblioteca e que, aparentemente, a mudança de local da seção inteira havia sido demasiado recente. No caminho até a seção pus-me a procurar pelas estantes de livros algo que se parecesse com o livro de meu irmão, mas as capas dos livros nunca eram envelhecidas o bastante, ou vermelhas o bastante, ou não havia o contraste entre a capa vermelho sangue, o título preto e o símbolo estranho que a capa do livro secreto de meu irmão ostentava.
                A seção 28 era a última da biblioteca, tratava-se de um lugar tão empoeirado quanto escondido. Aparentemente havia algum tempo que ninguém visitava aquela seção, provavelmente desde a mudança de local que ela recebera. Os livros estavam separados por línguas, inglês, espanhol, francês entre outras. Começamos a procurar e certificamo-nos de pegar um exemplar de cada língua que suspeitássemos que fosse. A antiga mesa de cedro agora continha quatro livros diferentes em cima, todos forrados de uma capa azul marinho e com os títulos em dourado. Tratavam-se dos dicionários de sueco, francês, polonês e espanhol. Começamos a folhar pelas páginas dos antigos dicionários, e agora, além de aturdido para achar ao menos em que língua era escrita a carta, preocupava-me com o fato de que o livro vermelho não se encontrava em nenhuma das estantes da biblioteca, começava a questionar-me se a reação espantada da bibliotecária ao saber por qual seção procurávamos teria alguma relação com aquele livro misterioso. Fui içado de meus pensamentos por um toque animado de Stephan em meu antebraço. Ele sorriu e me mostrou no dicionário a palavra final da carta escrita na língua desta e após disso traduzida. Li e tive certeza de que havia, então, descoberto o mistério da língua, apenas não entendia o seu motivo e nem o contexto que daquela palavra na carta.
- “Rejeté” - repeti.

sábado, 27 de novembro de 2010

Capitulo IV

           Saindo da escola percebi que meus pais não me esperavam, quem pairava sobre o muro de minha escola era Oliver. Meus pais haviam, aparentemente, desaparecido. Andamos até chegarmos a nossa casa, o almoço já havia sido preparado e a mesa estava disposta em sua devida ordem. Percebia pelas fisionomias de meu irmão que esse não se sentia contente com a nova experiência que vivíamos, porém, não sabia se aquelas feições derrotadas seriam apenas devido à complexidade da situação passageira que os encontrávamos, ou se era devido aos mesmos motivos misteriosos pelos quais Oliver choramingava discretamente em seu quarto durante a noite.
     Mais uma vez ele me proibira de assistir televisão. Dessa vez concretizei minhas ideias de que algo grandioso e complexo estava por vir, novamente. Talvez fossem esses os motivos das preocupações de meu irmão, talvez ele pensasse não suportar ser derrotado novamente. Oliver havia vivido mais intensamente esta época. Ele era apenas um menino, tal qual eu mesmo era agora, e tal qual meu pai havia sido outrora. Meu irmão já não exibia mais suas faces alegras há algum tempo. Era raro iluminar-se seu semblante, e mais raro ainda um sorriso autentico. Ele havia se tornado um menino sério, preparando-se para ser um homem digno assim como seu pai. No entanto, a apenas uma semana de se tornar o que meu pai chamava de “homem feito”, Oliver, aparentemente, passava a temer o que antes desejava. Continuava a ler e reler o mesmo livro, porém, agora fazia rápidas anotações de ideias nas páginas já amareladas, ideias suas ou do autor do livro que considerasse importantes. A cada vez que meu pai parecia o parabenizar, ou apenas citar a idade futura de Oliver, esse estremecia e ficava pálido, de olhos preocupados como se visse que seu destino seria trágico. Então, as conversas e discussões entre ambos no escritório de meu pai haviam se tornado cada vez mais freqüentes. Pelo o que pude escutar através das paredes de meu quarto, ambos divergiam seriamente de opiniões, enquanto Oliver se desesperava, pois estaria com dezoito anos nas semanas seguintes, meu pai considerava isso um trunfo. Oliver, no entanto, não era o único que parecia preocupado com a situação. Minha mãe também não parecia muito satisfeita com as ideias para com Oliver.
       Desanuviei, então, minha mente e voltei-me para a menina do colégio. Percebi que tinha a tarde livre. Oliver estava tão absorto em si mesmo que esquecera que deveríamos ter começado a estudar linguagem a cerca de meia hora atrás. Pus-me na rua, meu irmão não pareceu perceber. Caminhei a devida distância até avistar a casa branca de vigas altas. Dirigi-me, um tanto instintivamente, ao muro baixo que costeava os fundos da casa. Sabia que minha carta já não se encontrava ali, e fui, então, apenas averiguar o local. Encontrei, entre alguns arbustos frutíferos, um pedaço de papel alaranjado, um tanto manchado da terra que o encobria. Pasmei por alguns segundos, mas logo minha ansiedade reagiu e furtou a carta dos arbustos. Era escrita em uma letra miúda e de fôrma, arredondada. Era sua resposta para a carta que eu havia escrito dois dias atrás. Estava incrédulo. Rasguei o papel o mais rápido que pude e me pus a ler as letrinhas miúdas que ela escrevera. No entanto, o tamanho de sua caligrafia não era a única coisa que dificultava minha leitura. As palavras escritas ali não eram conhecidas por mim, nem sua semântica nem sua ortografia, apesar de me soarem familiares.

domingo, 14 de novembro de 2010

Capitulo III

Não consegui dormir direito aquela noite, pois os soluços de Oliver eram espaçados, mas constantes. Acordei, então, ainda muito sonolento e arrumei-me para ir à escola. Encontrei Oliver novamente sozinho na sala de jantar, dessa vez servindo um café da manhã improvisado. Fiquei observando por alguns segundos a tigela de cereais flutuantes antes de começar a comer. Eu estava pronto para ir á escola, porém, Oliver não parecia muito disposto. Perguntei a ele o que havia acontecido, sabia que não deveria, mas começava a me preocupar seriamente com meu irmão e com o que estaria acontecendo naquela família. Pra minha surpresa Oliver respondeu.
- Farei dezoito anos daqui uma semana irmãozinho.
A resposta enigmática me deixou muito confuso. Não entendia a relação de suas preocupações com a idade que teria em uma semana. Seu rosto conseguiu se tornar ainda mais sombrio após responder minha pergunta, como se ele visse os fantasmas que o assombrariam no futuro. Saímos juntos de casa então, rumo à escola. Oliver já havia concluído seus estudos a cerca de um ano, e, em breve, meu pai o mandaria para uma universidade. Talvez fosse isso o que Oliver estivesse temendo, o ingresso na universidade e a distância que estaria de sua família. Não cria que aquele era o real motivo das preocupações de Oliver, porém, aquilo me reconfortou por algum tempo, sabendo que os motivos para suas angústias nada tinham a ver comigo ou com o resto da família.
Ele me largou na porta da escola e acenou para mim. Subi os degraus da escadaria principal, porém notei que, assim como Oliver não saíra confortavelmente de casa, ele, agora, voltava ainda mais inquieto, olhando para os lados, com medo de algum inimigo que se escondia nas sombras daquele dia de outono.
Stephan me esperava no lado de fora da sala, entramos juntos então, poucos segundos antes do professor fazer o mesmo. Como sempre, as aulas sobre Política era muito pesadas; não conseguia sair de lá com uma consciência leve, e assim, parecia que os professores faziam uma espécie de lavagem cerebral nos alunos para que nós começássemos a refletir sobre o futuro e o presente do nosso país. Geralmente não conseguia prestar atenção, pois as subidas rápidas de entonação de voz que o professor dava ecoavam em minha cabeça, tirando-me do foco da aula. Stephan e os outros meninos pareciam apreciar bastante os discursos que o professor dava e os fatos históricos que ele trazia. Eles saiam agitados da aula, como se estivessem prontos para fazer a revolução. No intervalo da aula contei para Stephan o que havia se passado comigo e com meu irmão noite passada. Comecei por dizer que no dia anterior havia visto meu irmão cozinhar, pois meus pais e meus empregados se encontravam ausentes.
- Seu irmão cozinhou para você?- disse ele levantando as sobrancelhas, um pouco corado de uma vergonha que eu desconhecia.
- Sim, porém isso não foi o mais estranho que aconteceu. Não entendo por que meus pais repentinamente saem para viajar agora. Ou por que os meus empregados sumiram, ou por que não pude ver televisão ontem.
- É muito curioso Tom, pois ontem me aconteceu algo semelhante. Meu pai estava ausente, assim como a maioria de meus empregados, exceto o cozinheiro francês que contratamos recentemente. Estávamos apenas eu, minha mãe e minha irmãzinha. - Franzi as sobrancelhas especulando a coincidência, e Stephan continuou- Mas, eu conversei com os outros colegas e aparentemente são muitos os empregados que estão sumindo ou sendo substituídos.
Fiquei ainda mais curioso após ter ciência de tais fatos, e percebi então que talvez mais pessoas estivessem passando pelo que eu estaria.

Capítulo II

Fiquei ansioso na manha do dia seguinte que havia deixado a carta em sua casa. Perguntava-me se ela teria lido, teria simplesmente ignorado, ou não a teria visto. Meus pensamentos voavam durante a aula de ciências, e a única coisa em que eu conseguia pensar era o que ela estaria pensando ao ler a carta que escrevi. Minha inquietude superou meu senso de realidade, e, então, mais uma vez me vi dirigindo-me a casa branca de vigas altas. Dirigi-me diretamente para o muro. Não sabia se ficaria mais apreensivo se não encontrasse mais a carta, ou se a encontrasse no mesmo lugar em que eu havia deixado. Apressei-me discretamente para não parecer suspeito aos outros pedestres da rua e dirigi-me ao pequeno muro. Fiquei imóvel, a carta não estava mais ali. Então milhões de perguntas começaram a surgir em minha cabeça e fui lentamente me afastando da casa em um misto de terror e esperança. O que teria ela pensado ao ler minha carta? Será que ela gostaria de me conhecer? Será quer ela realmente leu a carta, ou alguém a pegou e simplesmente a descartou? Ou pior, a leu?
Agora eu não mais caminhava pela rua, mas sim corria, fugindo de um inimigo invisível que podia muito bem estragar meus planos amorosos. Cheguei a casa e Oliver estava só na sala de jantar, relia o mesmo livro velho e vermelho que eu conhecia desde a infância, porém, desta vez, lia-o escondido, pois minha mãe o proibira. Não ousei em fazer nenhuma feição que exprimisse alguma repressão de minha parte, pois eu também estava fazia o que mamãe disse para eu não fazer: mais uma vez eu chegava atrasado para o jantar. Fiquei esperando o olhar repressivo de minha mãe ou até de meu pai, mas ele não veio. Oliver estava só em casa – o que achei extremamente estranho-. Segundo Oliver, meus pais haviam viajado a negócios, algo que havia se tornado cada vez mais freqüente por alguma razão que eu desconhecia. Não havia nenhum empregado em casa, eles haviam simplesmente desaparecido junto com meus pais. Meu irmão percebeu os pensamentos que decorriam em minha cabeça e preocupou-se. Tentou acalmar-me e disse que todos estariam de volta pela manhã, porém eu sabia que algo ali estava errado. Sentei-me na poltrona e descansei minha cabeça em seu encosto, ainda pensando na carta e seus possíveis destinos. Levantei-me então para ligar a televisão. Oliver levantou e parou na frente do objeto. Ele proibiu que eu a ligasse. Emburrei-me e perguntei o porquê de tal proibição, ele então gaguejou e simplesmente disse que haviam sido ordens da mamãe. Nunca havia visto meu irmão tão apavorado, aparentemente ele tentava me proteger de algo que provavelmente estaria na televisão. Olhei para ele curioso e ainda um tanto bravo, ele não se mexeu.
- Desculpe Tom, mas a mamãe pediu que não você não assistisse à televisão, e nós devemos respeitá-la.
- Tudo bem, mas então você também deve parar de ler esse seu livro velho, pois eu ouvi mamãe proibindo você de lê-lo.
- Ora, nós não estamos em nenhum tipo de negociação aqui irmãozinho, eu disse sem televisão, você fica sem televisão. Você já tem sorte de eu não questionar por que você anda chegando atrasado para o jantar. Sem televisão é sem televisão, e ponto.
Enfureci-me. Oliver estava tentando ser uma mescla de meu pai e de minha mãe que o tornava insuportável. Deite-me um pouco em minha cama e voltei minha atenção a dar murros no travesseiro. Aparentemente meu irmão ouviu meus grunhidos incessantes de raiva e bateu em minha porta, não perguntou como eu estava apenas disse que o jantar estava pronto. Nunca havia visto Oliver cozinhar, ou melhor, nunca havia visto um menino cozinhar, Stephan me ensinara que tal dote servia apenas para mulheres, e começava eu, então, a desconfiar que algo muito grave acontecia em minha família. A comida de Oliver não estava muito boa, mas não ousei questionar, pois percebi que se sentia triste, ou até humilhado de ter que se submeter ao que, se outras pessoas soubessem, seria motivo de escárnio. Ele estava preocupado, aparentemente não apenas comigo ou com a comida, mas com algo muito mais grave que eu sabia que não deveria perguntar. Após reorganizar a louça e a mesa, fui me deitar. Coloquei meu pijama azul e sentei-me na cama. O quarto de Oliver era ao lado do meu. Ouvi então que ele subia as escadas e então fechara a porta. O som deste movimento foi abafado por gritos quase mudos que meu irmão soltava. Não sabia se ele chorava, mas algo na voz de Oliver soava como pura angústia e dúvida. Percebi então que não pensava mais na carta ou na menina loura, mas sim no fato de que algo profundo acontecia, e eu era o único que não sabia de nada.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Twincest? PQP!

Hoje, graças ao Thiago - valeu Thiago- descobri uma coisa que realmente acrescentou muito na minha cultura, algo chamado Twincest; Pra quem nao sabe que merda é essa, e sim que merda é essa, é simples, apenas dividas as palavras, vc terá twin e incest, ou seja, incesto entre irmãos. Porém, pior que isso, é que são irmãos do mesmo sexo. Não, ainda pior que isso, há pessoas que amam o chamado twincest, pq aparentemente isso eh tipo uma modinha meio otaku -malditos animes!-. E então, após ver um video de twincest para sacear minha curiosidade sobre o que o Thiago havia exposto, depareime com fotos montadas por fãs de tal coisa com diálogos tipo :
-I'm scared Tom, I've never donne this before;
-SSShhh, everything is gonna be ok, i'm not gonna hurt you, i'll be gentle, i promesse
-I love you tom
-I love you too MY LITTLE BROTHER!!
PQP MEU!
e as imagens iam acompanhando o diálogo; Fiquei tão abismada que não sabia o que pensar e essa imagem que vi há cerca de 6 hras atras ainda não saiu de minha cabeça e fica me perseguindo. Minha pergunta é: onde é que vamos parar se uma coisa como o twincest é vista como normal e até aplaudida por fãs doentios? Até onde chega os fetiches malucos da raça humana? Gente, twincest, essa foi foda :/ nem consegui escrever direito devido a imensa indgnação que eu to agora, mas só deixo a dica pra filosofarem o quão ralado tah o mundo, pra nao dizer outra coisa....Seria isso pra chamar a atenção? É falta do que fazer? Ou pura perda do pudor sexual? Ou sérios probelmas psicológicos na juventude atual? Bah sei lá, nao sei nem o que dizer sobre essa merda, só que: Valeu Thiago, agora terei pesadelos!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Capitulo I

Era mais um dia comum e ofuscado na capital. Era eu o garoto ingênuo de cabelos lisos e louros que brincava com meus carrinhos de madeira. Observava meu irmão. Sonhava ser como ele, tão estudioso, concentrado, e, de acordo com meu pai, filho exemplar. Perdia-se lendo um livro velho sobre algo que clamava que não entenderia, e, mesmo após dias de insistências minhas, Oliver continuava a se recusar a me explicar o conteúdo do livro vermelho. Expressava um ar de concentração e concordância com que o livro dizia. Porém, o que mais me deixava curioso não era o conteúdo de tal livro, e sim o significado do símbolo central de sua capa. Tratava-se de um símbolo preto e retorcido que, tanto minha mãe quanto meu irmão, torciam os lábios quando perguntava sobre o que se tratava.Voltei a brincar com meu carrinho, havia perdido uma das rodas, mas fazia parte das batalhas que travava no jardim repleto de pedras. O curso de meu carro foi interrompido por meu pai, que trazia uma grande caixa de madeira dentro do carro. Olhei para meu irmão e percebi que estava tão curioso e tão surpreso quanto eu. Levamos a grande caixa, então, para a sala, onde abrimos e averiguamos do que se tratava. Pois era outra caixa dentro da caixa. Uma caixa de madeira e vidro com diversos botões imbutidos.
-O que é isso?- perguntei eu.
- Ora Thomas, é uma televisão.- disse Oliver com um tom encantado enquanto meu pai arfava em um tom glorioso.
- É a mais nova invenção desse século, meu filho. Através dela conseguimos ver pessoas que estão em outros lugares.
Ri. Como era possível que aquela caixa, aparentemente simples, mostrasse pessoas que estavam em outros lugares? Pois sabia eu que não existia magicas para transportar ou diminuir pessoas. Fiquei curioso, pedi a meu pai que ligasse o objeto, então ele precionou o botão preto e fez-se a luz.
Meu pai tinha razão. Vi uma moça, que, apesar de apresentar-se em tons acinzentados, seus cabelos eram loiros como os meus e seus olhos castanhos. Falava de amores para outro moço que aparecia na tela da caixa ao mesmo tempo em que ela. Fiquei abismado com aquilo e me pus a pressupor mil teorias de como funcionava aquela caixa. Oliver percebeu meu espanto e pôs-se a explicar os livros e artigos que ele havia lido sobre a tal Televisão. Ele dizia algo de ondas e antenas ou sinais, mais não prestei atenção, fixava-me nos cabelos louros e olhos castanhos da moça dentro da caixa. Assistimos à televisão por algum tempo, até que meus olhos ficaram cansados e fui para cama. Era eu, então, apenas um garoto curiosíssimo que já formava teorias mil sobre o que se passava dentro da caixa.
Algumas semanas se passaram e a caixa não era mais novidade. Alguns de meus amigos também as tinham, e os debates sobre as caixas viraram rotineiros. Apesar de não se tratar mais de inovações, ainda gostava de espiar na caixa se não havia moças loiras de olhos escuros por ali.
Passava-se o tempo e procurava eu sempre as mesmas moças loiras de olhos escuros na tela da televisão.
Passava os jardins a fitar nossas vizinhas para verificar se alguma delas se encaixava no padrão de belo que havia criado. Havia muitas loiras e muitas outras de olhos escuros, mas até ali não havia achado uma moça que contivesse essas duas características. Parei de brincar com os carrinhos e comecei a estudar, ainda procurando as moças como a que vi na caixa. A escola era composta apenas por meninos, que também sonhavam com moças, não somente as louras de olhos escuros, como eu sonhava, mas qualquer moça.
Não era raro a turma de meninos se reunir para tentar escapar do diretor para ver a escola de freiras no outro quarteirão. Certaa vez, ao driblar a sala do diretor abaixados e cobertos de tampas de lata de lixo, Stephan e eu conseguimos chegar ao colégio do outro quarteirão. Paramos a observar as poucas moçinhas que faziam a lição no pátio. Detive-me em uma, e apenas ela. Teria mais ou menos minha idade, estatura média, usava o uniforme azul, mas mais importante: era loura, loura e de olhos castanhos.
Vibrei e Stephan percebeu. Perguntei-lhe o nome da menina, e ele, assim como eu, não fazia idéia nem de seu nome, nem de como encontrá-la. Pois fiz de tudo, até que um dia, discretamente a segui até sua casa. Uma casa branca de vigas altas, parecida com a minha. Voltei pra casa lentamente, banhado pela esperança de encontrá-la algum dia.
Já era noite e minha mãe me esperava na porta. Meu pai bufafa de raiva enquanto minha mãe me apertava contra seu peito sobre o olhar repressivo de Oliver. Não me importava as bufadas de pai, os olhares de irmão ou os apertos de mãe, me importava os cabelos louros e os olhos castanhos da menina que morava a cinco quarteirões de minha casa.
Passei aquela noite inteira pensando em como contatá-la, como fazer com que ela soubesse de minha existência, estando enfurnada no colégio de freiras. Pois então decidi, escreveria uma carta e deixaria no muro que avistei perto da janela de seu quarto.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

zeit...

Bom, no momento não tempo para escrever meus super textos, então resolvi colocars algumas imagens legais que achei na net = D
 É assim que as frutas se sentem toda vez que vc as come, ou toda vez que tem um novo episódeo da Laranja irritante =D
 Assim, estudamos a embriologia dos Ipods, com a fecundação dos elementos, modernos ou antigos, surge então, o ipod
E aqui, simplesmente descobrimos a identidade do verdadeiro spider-man... um agente russo que senta de pernas cruzadas ^ ^

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Spiegel, einzelnen spiegel


--------- DICA: USE UM ESPELHO!-----------
se ninguém entender a poesia, eu juro que eu explico ^ ^

domingo, 26 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pensando com Nietzsche

   "Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada -, tira-se da vida o seu centro de gravidade" Friedrich Nietzsche
     Faço essa citação do filósofo alemão Nietzsche pois ela me remete a um pensamento q tenho que muitas vezes acho polêmico. A fé é um dom que somente algumas pessoas tem, e assim como o filosofo alemão, encontro-me cética diante de alguns assuntos, principalmente os religiosos. Nietzsche criticava o budismo e o cristianismo, porém, não criticarei eu aquilo que desconheço, mas o que vejo. Creio que muitas vezes desprezamos as belezas da vida por esperar por uma mais bela em algum outro lugar, no entanto, não há certezas de que existe outro plano em que possamos viver sem ser o atual. Pois muitas vezes vejo pessoas devotando vidas inteiras a um deus que pode ou não existir, mas ora, cada qual escolhe o caminho de sua vida. Entretanto, não é raro algumas pessoas esquecerem de viver suas próprias vidas, voltando-se para o que os pode esperar em algum outro lugar e deixando de aproveitar as belezas do agora. Por diversas vezes vi pessoas doando tudo o que tinham para satisfazer as ordens da igreja com ituito de ser perdoado ou receber a salvação. Quando me deparo com isso sempre penso que estamos trocando o certo pelo incerto esperansoso. Esperança obtusa que nos cega e nos impede de aproveitar o agora ? Por isso creio que a vida deve ser aproveitada o agora, não trocar essa coisa bela que temos em nossas mãos por algo que poderemos ou nao ter no futuro.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Nossa hipocrisia diária - Ganz normale leute

Para aquele que não falam alemão, ou nao usam o Google tradutor com frequência, o título do texto nao se trata de uma tradução, mas de um título duplo, em homenagem a hipocrisia diária e as pessoas normais( agora sim, ganz normale leute= pessoas normais). Está mais que claro que, diante de nossos tempos e de nossa sociedade, todos exigimos respeito e educação, quase cordial. Porém, isso muitas vezes torna-se uma hipocrisia tamanha, visto que exigimos o que não conseguimos fazer. Por varias vezes já me deparei com cenas de pessoas furiosas, seja em filas de bancos, ou no transito, e instintivamente nossa educação exepcional nos leva a deduzir que se trata de uma pessoa mal educada. Todavia, obtusos diante de uma robotização educacional, normalmente não pensamos o porquê da tal "falta de educação". Pois ora, ao exigir que sejamos todos educados, perfeito e não falemos nem um palavrão- nem quando estamos a três horas presos no transito, ou meia hora atrasado pro trabalho sabendo que seu chefe irá te "matar"- nega as condições básicas dos humanos, os sentimentos. A ira trata de um dos sete pecados capitais, talvez um dos mais comuns, pois todos, e digo todos nós sentimos ela um dia. Ao exigir seres perfeitos que exprimam controles absolutos de sua raiva, seremos hipócritas, visto que, nem "nós"- aqueles que exigimos- temos controle sobre esse sentimento explosivo. Dois opostos quase perfeitos para personifucar tal hipocrisia seria o filme "mulheres perfeitas"- creio que esse é o título, onde trata de uma ironia de mulheres perfeitamente educadas, que limpam e cozinham, nunca ficando irritadas. Porém, o detalhe mais importante do filme é que tratam-se de robôs, pois nenhum ser humanos seria tão perfeitamente educado como a sociedade exige. Nem o seriall killer psicopata Dexter Morgan - que de acordo com as defininções de psicopata seria capaz de manipular sua emoções para atingir objetivos- consegue tal feito. Concluindo, a educação que muitas vezes exigimos das pessoas trata-se de uma grande hipocrisia, visto que ninguém poderá realizá-la.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tchau, mas e depois? (intertextualidade ^^)

   - Após quinze anos, mesmo lugar, mesmo ares                      rostos conhecidos, que, de repente irão                                       um dia, ainda entraremo-nos em bares
perguntando se tudo há de ter sido em vão;
Pois, ora, creio que não; -
      É neste período que vivo que chega a hora da primeira grande despedida, um ponta pé inicial para aquilo que viveremos no mundo a seguir. Nesse dia há muitas lágrimas correndo, ora de felicidade, ora de trsiteza, e contriversamente sentimos prazer e tristeza por ter acabado. Há tempos convivo com alguns, há seis anos para ser mais precisa com um deles, e isso acabará no dia 15 de dezembro, esse ano. Não, amizades não tem data para terminar, porém nosso convívio será cada vez mais dificultado em razão dos caminhos diferenciados trilhados por cada um de nós. Infelizmente, cada um de nós temos planos separados, e nem sempre e possível conciliar amizade com nossoa objetivos. Podemos ora estar na Alemanha, França, Inglaterra, ou Brasil, separados por milhas de distância e unidos por uma memoria. Uma memória que pode vir a falhar, e nos perguntarmos, quem era mesmo aquela menina que gostava de Guns N' Roses, e aquele que gostava do Homem Aranha, ora nem me lembro o  nome deles - ao estilo o Menino do Pijama Listrado-. é inevitável que entrem novas pessoas em nossas vidas, e muito difícil manter aquelas que já haviam entrado, porém, se esse objetivo for particular meu, desisto por aqui, pois é impossível carregar os lados de uma amizade sozinho, unindo diferentes continentes, mesmo que os movimentos tectonicos das placas dificultem. Não, nao me fiz clara, mas explicarei, não é possível apenas um fazer uma amizade se os resultantes (?) dela vão " cada um para um lado". Moral da história: se unir a amizade que tenho dos tempos de colégio até longa data for objetivo particular meu, desisto por aqui e me conformo que encontrarei novas pessoas, e diferentes, talvez piores, talvez melhores. Porém, se esse for o objetivo de todos a cujo direciono meus sentimentos, aí talvez consigamos o que muitos tratam impossível : manter uma amizade de longuíssima data. Para isso temos que parar de viver no " unser kleine welt", e não tratar cada pessoa como um mundo separado, e sim tratarmos ums aos outros como um grupo de pessoa que querem provar que é possível o que outros dizem impossível.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O fácil e o certo

Há tempos que percebo que, mesmo sendo classificadas como ciraturas racionais, os seres humanos tem preguiça de usar tal dom. Sim, preguiça, temos preguiça, não somente de realizar trabalhos físicos, porém ultimamente, estamos com preguiça de pensar. Talvez isso se deva ao fato de atualmente possuirmos miliares de bugigangas que tudo fazem por nós - a calculadora é um bom exemplo disso-. Tamanhas facilitações - clicar nos botões dos numeros e receber os resultados das contas em segundo ao invés de pensar e calcular- começaram a, de certa forma, atrofiar o cérebro do povo, que não discutiu vendo apenas os benefícios que as facilidades traziam. Ficamos atordoados quando não encontramos um computador ou outro aparelho que possa pensar por nós. E começamos, então, a ficar cada vez mais vulneráveis às manifestações de ignorancia e às perguntas estúpidas, querendo tudo "mastigadinho" e pronto para que não gastemos tempo pensando. Pode-se ler uma notícia no jornal, ou um texto didatico, porém, secretamente ficamos esperando que alguém nos explique o que o próprio texto nos diz, com palavras simples, talvez, mas facilitando a sintese de informaçõs, nos levando a mediocridade. Há também uma certa situação de inversão, onde existe uma robotização humana e até uma antropormifização da robótica, pois, não é apenas de raciocinio lógico que nossas mentes estão carecendo, mas também de filosofia e visão ampla sobre a vida, não apenas achar que a vida se vive passando o tempo ou em rotinas robotizadas, ou, apenas vivendo e concordando com o que nos sujeitam. Se não fossemos tão preguiçosos, aproveitariamos muito mais, não somente a capacidade de aumentar o raciocinio lógico, mas também a qualidade de vida, sendo mais feliz.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

First...

Em todo estilo Brás Cubas, criei as pressas este blog, sem saber extamente o porquê. Porém creio que eles sirvam- os blogs- para exibir nossas opniões e visões sobre as coisas, disfrutando, assim, plenamente da liberdade de expressão que temos. Ainda não sei sobre o que será o blog ou o que não será, mas provavelmente, sobre tudo e sobre nada... só o tempo dirá.